Please use this identifier to cite or link to this item: https://repositorio.uniceub.br/jspui/handle/prefix/15841
metadata.dc.type: TCC
Title: O amor e seus hiatos subjetivos
Authors: Veríssimo, Mila Macêdo
metadata.dc.identifier.orientador: Juliano Moreira Lagôas
Abstract: Que o amor seja uma das dimensões fundamentais da vida humana, que a história da humanidade não possa ser compreendida sem se levar em conta as profundas transformações operadas pelos sujeitos, pela cultura e pelas instituições sociais no campo do amor, disso provavelmente ninguém haverá de duvidar. O mesmo não se pode dizer, todavia, de afetos menos "nobres", mais indigestos, tais como o ódio e a angústia. Nesta pesquisa, além de discutir as formas como o amor se estrutura na atualidade, sustenta-se que nos é impossível compreender qualquer coisa acerca da lógica de funcionamento e de produção de afetos no campo do amor sem passar por um exame acurado dos modos por meio dos quais a angústia e o ódio atuam no interior desse campo. Frente à condição estrutural de desamparo, e à consequente angústia que assola a sua vida, o sujeito têm na formação de laços, e no amor, uma possível saída para a inexorável vivência de seu “desamparo originário” (BIRMAN, 1998). Ainda que Freud (1930/1997) tenha apontado as relações entre os sujeitos enquanto uma das principais fontes do sofrimento humano, é ele mesmo que indica que o amor sexual é uma forma de enfrentamento àquilo que gera sofrimento ao sujeito. Portanto, o amor pode ser visto como uma das maneiras de organização de laços sociais, e, consequentemente, como resposta frente ao desamparo. Esta pesquisa teve como objetivo investigar as vivências de amor na contemporaneidade, procurando compreender o papel das experiências amorosas na estruturação das subjetividades e dos processos de sofrimento psíquico. Para alcançar esse objetivo, buscou-se analisar, mais especificamente, a relação de ambivalência entre os sentimentos de amor e ódio na contemporaneidade, os modos como o desamparo é vivenciado pelos casais em nossa época, e o papel da angústia nos conflitos existentes nas relações humanas. Em um primeiro capítulo, foram discutidas a noção de desamparo, de angústia, e suas relações com o amor. No segundo capítulo, foram exploradas questões relativas às experiências amorosas, como identificações, fantasias e linguagem. Além disso, foi evidenciada a relevância, em uma perspectiva psicanalítica, de pensar a vivência de amor a partir do conceito freudiano de ambivalência. Finalmente, o terceiro capítulo foi destinado à análise de um material coletado a partir de entrevistas com pessoas que atualmente estão em um relacionamento amoroso. As discussões se deram com base nas considerações teóricas realizadas nos capítulos anteriores. Como método, foram utilizados os princípios da análise de discurso, em sua matriz francesa, em articulação com os aportes teóricos-clínicos da psicanálise. Desta forma, foi possível verificar que o amor, enquanto discurso, compreende determinadas complexidades, impasses e polissemias. Ademais, observou-se ambivalências presentes nas experiências amorosas, pois estas compreendem vivências que não somente incluem o amor, como o ódio. Percebeu-se o amor enquanto afeto que faz parte da estruturação subjetiva dos sujeitos. Isto porque, em sua relação com o desamparo e com a angústia, o amor assume um papel estruturante, ligado tanto à estruturação de laços sociais, quanto à constituição dos processos de sofrimento psíquico.
Keywords: Amor
Psicanálise
Desamparo
Angústia
Ambivalência
URI: https://repositorio.uniceub.br/jspui/handle/prefix/15841
Issue Date: 2021
Appears in Collections:PSI - Graduação

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
21703836.pdf497.61 kBAdobe PDFView/Open


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.